quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Meu Pai, um Estranho (I Never Sang for My Father), de Gilbert Cates (1970)


Gene Hackman faz um ex-fuzileiro naval cuja esposa faleceu recentemente de câncer. Seus pais vivem em cidade próxima e visitam ele de vez em quando. Hackman nunca se deu muito bem com seu pai, interpretado por Melvyn Douglas, mas ele se dá melhor com a mãe.

Depois de algum tempo, sua mãe morre e sua irmã, feito por Estelle Parsons, vem para casa e aí ficamos sabendo que Douglas a baniu de casa várias anos atrás e ela nunca tinha voltado desde então.

Hackman e Parsons têm que decidir o que fazer com o pai. Se vão contratar alguma enfermeira para cuidar dele ou interná-lo em casa de repouso. Ou ainda com qual dos dois ele vai morar. Apesar do filme ter cerca de 50 anos, ele continua atual e retrata os problemas dos 'baby-boomers', que precisam cuidar dos seus filhos e também dar atenção aos pais idosos. 

Gene Hackman e Melvyn Douglas foram indicados ao Oscar de Melhor Ator, mas tiveram o azar de competir com George C. Scott por "Patton".

O filme ainda foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro.

Gene Hackman, recém saído de "Bonnie & Clyde" estava a alguns anos do maior papel de sua carreira: "Operação França".

Abaixo link para o filme legendado:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRwpvv3jP9ZlGblB?e=90T6al

Elizabeth R, Minissérie com Glenda Jackson (1971) - Parte 3

Nesse episódio, Elizabeth conhece seu mais novo pretendente: François, Duque de Anjou, irmão mais novo do rei de França. Um casamento entre eles pode trazer a tão sonhada aliança da Inglaterra com a França. 

Ele tinha 24 anos e Elizabeth, 46. Apesar da diferença de idade, os dois logo se tornaram muito próximos. A rainha o apelidou de "sapo". Enquanto alguns acreditam que esse apelido surgiu de um brinco em forma de sapo que ele lhe dera, "sapo" tem sido um apelido pouco lisonjeiro para os franceses há séculos.

Ela gostava muito dele, sabendo que ele provavelmente seria seu último pretendente. Entre os membros do Conselho Privado de Elizabeth, apenas William Cecil e Thomas Radclyffe, apoiaram o esquema do casamento. Cecil não aguentava mais ficar esperando por um casamento da rainha e um herdeiro ao trono. Já Robert Dudley, o grande amor da Rainha, mas que acabaram não se casando e Francis Walsingham se opuseram por causa dos riscos do parto na idade dela e, caso ela morresse, o Reino da Inglaterra poderia cair de bandeja para o herdeiro francês.

Michael Williams faz o papel do Duque de Anjou,

Veja esta terceira parte da minissérie por este link abaixo:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agR6T7Vn1aXAFPaL9?e=3mCdj3 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

A Idade da Reflexão (Age of Consent), 1969, de Michael Powell


Tentei postar esse filme no meu canal no YouTube, mas não consegui por motivos óbvios. Foi um filme, que devo ter visto na adolescência e achei interessante e sempre quis rever. Mas não deve, na época, ter todas as cenas de nudez de Helen Mirren, com seus vinte e poucos aninhos.

O filme parece despretensioso, mas foi uma surpresa agradável. Não é dos melhores filmes do diretor Michael Powell. Foi uma incursão de Powell e James Mason na produção.

James Mason interpreta um pintor que já está cheio de viver na cidade, fugindo para uma ilha na Austrália (na Grande Barreira de Corais) em Queensland, onde ele pode relaxar e pintar. 

Lá ele encontra uma garota de 17 anos (Mirren em seu primeiro e corajoso papel), que sonha em se mudar para a cidade grande e para isso junta seus trocados com vendas de peixes e frutos do mar. 

Mason fica encantando com sua beleza e oferece alguns dólares, se ela posar para ele, frequentemente nua. O interesse de Mason é puramente artístico e como é o filme todo, na verdade. O enredo não é nada complicado , mas não é nada incomum entre os filmes de Powell.

No elenco, digno de nota, são as presenças de Jack MacGowran como Nat Kelly e de Frank Thring como Godfrey. Thring era um ótimo ator e ficou famoso como Pôncio Pilatos em "Ben Hur".

Filme é baseado na vida de Norman Lindsay. E Helen Mirrem tinha 24 anos quando o filme estreou.

A melodia da trilha sonora, de Peter Sculthorpe, se encaixou bem no filme.

Bem, finalmente James Mason consegue a sua Lolita.

Para ver o filme legendado, clique no link abaixo:

https://1drv.ms/u/s!AsG-jsm3UF0agR_-PAfeeQhCmJFv?e=vzUShn

domingo, 20 de dezembro de 2020

Elizabeth R, Minissérie com Glenda Jackson (1971) - Parte 2

A nova Rainha Elizabeth tem 25 anos de idade e não está ainda casada. 

Seu conselheiro, particularmente o homem a quem ela mais confia, Sir William Cecil (Ronald Hines), pede para que ela se case depressa para assegurar a sucessão, dentre outras válidas razões.

Apenas Lord Robert Dudley (Robert Hardy), como Mestre Cavalariço e mais tarde Conde de Leicester, parece interessar à rainha. Robert Hardy e Glenda Jackson na imagem ao lado.

Mais tarde, Robert Dudley irá ajudar a Rainha na guerra contra a tentativa dos espanhóis de invadirem a Inglaterra pela Holanda, sob o comando do Duque de Parma, Alexandre Farnésio, outro personagem que mereceria uma minissérie, assim como a Grande Armada Espanhola.

Segunda parte da minissérie premiada da BBC, com grande desempenho de Glenda e Robert Hardy.

 

Clique no link abaixo para ver essa segunda parte com legendas:

 

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRpgiDeQZewdu9WQ?e=MZcXCl


Maridos em Férias (A Guide for the Married Man), de Gene Kelly (1967)

Gene Kelly, que sempre fez filmes movimentados como ator, este não poderia ser diferente ao dirigir. O filme já tem mais de 50 anos e pode estar datado aos dias de hoje, mas os meados da década de 60 foram anos rebeldes e de libertação sexual. O filme transpira isso. 


Walter Matthau tinha sido visto em vários papeis de coadjuvante, mas agora ele é o protagonista como Paul Manning. Um marido entediado com sua vida de casado, embora ele tenha uma bela esposa (a linda Inger Stevens), e que está ansioso para encontrar maneiras de se divertir 'do outro lado'. Seu companheiro de discussões é Robert Morse (Ed Stander), que costuma fazer filmes de comédia e recentemente esteve em "Mad Men", como Bert Cooper, o chefe da agência de Don Draper e que recomenda a ele que leia o livro clássico "A Revolta de Atlas", de Ayn Rand. Ed coloca uma abelhilha na cabeça de Paul em como se divertir longe de casa.

O filme também uma particularidade interessante, ao mostrar pontas de vários grandes atores de Hollywood e que ilustram as ideias que Ed quer que Paul coloque  em prática. Atores como Lucille Ball, Art Carney, Jack Benny, Jayne Mansfield, Jeffrey Hunter, Sid Caesar, Sam Jaffe, Carl Reiner, Terry-Thomas e Phil Silvers. Também conta com participações de Majel Barrett (Star Trek e ex-esposa de Gene Roddenberry) como Sra. Fred, Linda Harrison (companheira de Charlton Heston em Planeta dos Macacos) como Srta. Stardust e Heather Young (a Betty da série "Terra de Gigantes"), como a garota com o megafone.

A trilha sonora é composta por John Williams (na época conhecido como Johnny Williams) e cantada pelos "The Turtles".

Não consegui postar o filme no YouTube, apesar do filme ter quase meio século de existência. Jamais posso comparar o alcance do YouTube frente ao meu blog. Há muitos filmes como este, que estão esquecidos ou desconhecidos pelo público e que os dententores dos direitos de exibição poderiam ainda ganhar algum dinheiro com o filme, se fizessem algum acordo comercial com o YouTube, onde cada um (detentor, YouTube e o publicador  ganhassem um pouquinho cada um (com o publicador ficando com uma pequenina parte). Atualmente, a briga dos canais de 'streaming' está intensa e o YouTube precisa achar maneiras de manter seu público.

Para ver o filme legendado, clique no link abaixo:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRvYETAh1uTADCtW?e=2MBw39


sábado, 12 de dezembro de 2020

Elizabeth R, com Glenda Jackson (1971) - Minissérie - Parte 1

Minissérie com 6 episódios sobre a Rainha Elizabeth I, interpretada por Glenda Jackson. 

Esta minissérie foi indicada a 7 Emmys e ganhou 5, entre eles o de Melhor Atriz para Glenda. Ela também ganhou um BAFTA.

Este primeiro episódio começa com os tempos de sucessão e problemas para a princesa Elizabeth. Ela passa por momentos perigosos ao escapar com dificuldades de estar implicada na tentativa de Thomas Seymour de abduzir o meio irmão dela, o garoto Rei Edward VI, que está muito doente. Depois, ela se torna uma figura envolvida na rebelião protestante, liderada por Thomas Wyatt, o Jovem, quando a sua meia-irmã, a Rainha Mary I da Inglaterra, uma católica devota, sucede ao Rei Edward que falece.

Conta com grande elenco, entre eles, Vivian Pickles como Mary Stuart, Peter Jeffrey como Rei Filipe e Ronald Hines como William Cecil.

O título da minissérie Elizabeth R, vem do latim, Elizabeth Regina ou Elizabeth Rainha.

Veja no link abaixo essa primeira parte, com legendas.

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRjznvx17dFbMPsc?e=tjax9L

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Cromwell, O Homem de Ferro , de Ken Hughes (1970)

Desgostoso com as políticas do Rei Charles I, Oliver Cromwell planeja levar sua família para o Novo Mundo. Mas na véspera de sua partida, Cromwell é arrastado e fica emaranhado com os assuntos de religião e política, que irão resultar na Guerra Civil Inglesa.

O filme não é preciso na descrição histórica, mas tem muito bons elementos. Ganhou o Oscar de Melhor Figurino e foi nomeado como Melhor Trilha Sonora, além dos desempenhos ótimos de Alec Guinness, como Carlos I, e Richard Harris como Cromwell. Alec parece até fisicamente com o rei e transmite bem o seu modo autocrático e tirânico, sua convicção na crença de que ele está certo e acaba assumindo posições erradas. O filme pretende mostrar as qualidades de Cromwell, mas não cobre a sua transformação mais tarde em um ditador hipócrita e impiedoso.

Richard Harris disse que teve um colapso nervoso durante as filmagens e uma vez ele acordou achando que eles iriam realmente executar o Rei Charles I.

O ator era talvez o menos provável candidato para o papel do líder puritano que, segundo muitos historiadores, cometeu um quase genocídio na Irlanda. Embora sendo um nacionalista irlandês, Harris deixou de lado as circunstâncias históricas e se tornou intrigado com Cromwell como um 'símbolo de integridade e ansioso por reformar a sociedade'. Harris insistia de que não era necessário para um ator acreditar estritamente no personagem, que ele iria interpretar. Em vez disso, ele se inspirou na natureza idealista de Cromwell, seu objetivo de tirar o país das mãos dos aristocratas e sua rigorosa autodisciplina, um traço que Harris admirava. Abaixo na foto, Richard Harris com Alec Guinness.

Cromwell  morreu em 1658, com 59 anos. Acredita-se que ele morreu de malária e infecção urinária. O corpo dele foi exumado e postumamente decapitado em 1661, 12 anos depois da execução de Charles I.

O diretor Ken Hughes ficou fissurado com o assunto, depois de ler uma biografia de Cromwell no começo dos anos 60. Durante os próximos nove anos, ele leu mais de 120 livros sobre ele e viajou pela Inglaterra para visitar locais históricos e fazer pesquisas em museus e cartórios de registros. Ele conseguiu fazer o filme depois que encontrou o produtor Irving Allen, ele também um que compartilhava uma obsessão por Cromwell.

Em uma entrevista para a BBC, Richard Harris deliberadamente 'quebrou' a sua voz ao gritar por duas horas nas montanhas da Espanha, onde o filme teve locações. Ele disse que queria que sua voz contrastasse com a voz mais melódica de Alec Guinness.

Veja o filme em cores e alta resolução neste link:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRmVxhpUDeKtH838?e=Q0ofp7

sábado, 28 de novembro de 2020

Desaparecido: Um Grande Mistério (Missing), de Costa-Gravas (1982)

Em setembro de 1973, no Chile, o jornalista americano Charles Horman (John Shea) chega em Santiago com sua amiga Terry Simon (Melanie Mayron) para se encontrar com sua esposa Beth (Sissy Spacek) e trazê-la de volta para Nova York com ele. Contudo, eles são surpreendidos pelo golpe militar no Chile contra o presidente Salvador Allende, patrocinado pelo governo americano, que não queria que a esquerda e o comunismo se espalhasse na América Latina. Charles é preso pelo força militar do país.

O pai dele, Ed Horman (Jack Lemmon), um homem de negócios conservador de Nova York, chega ao Chile para procurar, junto com Beth, o filho desaparecido. Ele vai ao consulado americano para conversar com o cônsul, que promete a ele todos os esforços para encontrar Charles, enquanto que a cética Beth não confia em nenhuma palavra das autoridades americanas. O nacionalismo e a confiança de Ed em seu governo vai mudando à medida em que ele descobre a verdade sobre o que aconteceu com seu filho.

Mais uma bela obra política do grande diretor grego-francês Costa-Gravas. Já coloquei alguns filmes dele em nosso canal no YouTube, mas este tive que postar aqui no blog.

O filme, apesar de já ter mais de 38 anos, ainda é muito atual, impressiona e conta com uma grande interpretação de Jack Lemmon. O primeiro filme de Costa-Gravas no cinema americano não poderia ser melhor, expondo as feridas escondidas sobre a participação do governo americano no golpe contra Allende.

Durante a ditadura de Pinochet, que foi de 1973 a 1990, este filme foi banido do Chile.

Os verdadeiros Ed Horman e Joyce Horman (Beth aqui no filme) trabalharam muito próximos com Costa-Gravas, Lemmon e Spacek no decorrer da produção do filme. Costa-Gravas disse que depois que Pinochet morreu, em 2006, tanto ele como Joyce Horman lamentaram que o ex-ditador chileno não tivesse sido levado à justiça.

O filme concorreu no Festival de Cannes em 1982, onde ganhou a Palma de Ouro e o prêmio de Melhor Ator para Jack Lemmon.

No elenco, ainda tem a presença de Janice Rule como Kate Newman.

A trilha sonora do filme é do grego Vangelis, que já havia ganho o Oscar de Melhor Trilha Sonora por "Carruagens de Fogo".

O filme foi indicado para quatro prêmios da Academia, incluindo o de Melhor Filme, Melhor Ator (Jack Lemmon) e Melhor Atriz (Sissy Spacek). Acabou levando o de Melhor Roteiro.

Veja abaixo o link para ver o filme:

https://1drv.ms/u/s!AsG-jsm3UF0agRZOymb47Rwblugm?e=boVexb


quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Mary Stuart, Rainha da Escócia (Mary, Queen of Scots), de Charles Jarrott (1971)

Este filme mostra os tempos tormentosos do final do século 16 na Inglaterra. Na verdade, o filme relata fatos de Novembro de 1560 a Fevereiro de 1587. 

Vanessa Redgrave faz a Rainha da Escócia, Mary Stuart. Forçada a voltar para a Escócia, após a morte de seu marido francês, a católica Mary chega em meio a algumas hostilidades por parte do súditos protestantes. Além disso, sua prima Elizabeth (Glenda Jackson) faz as coisas ficarem difíceis para ela lá do sul da fronteira. A história é bem conhecida. Maria foi a única descendente legítima sobrevivente do rei Jaime V da Escócia, tendo apenas seis dias de idade quando seu pai morreu. Ela passou a maior parte de sua infância na França, enquanto a Escócia era governada por regentes, casando-se em 1558 com Francisco, Delfim da França. Ele ascendeu ao trono em 1559 como Francisco II e Maria brevemente se tornou sua consorte. Todavia Francisco acabou morrendo no final do ano seguinte. Maria voltou então para a Escócia viúva, chegando em Leith no dia 19 de agosto de 1561. Casou-se quatro anos depois com seu primo Henrique Stuart, Lorde Darnley, porém a união foi infeliz. A sua residência foi destruída em fevereiro de 1567 numa explosão, com Henrique sendo encontrado morto no jardim.

Glenda faria no mesmo ano a minissérie "Elizabeth R" sobre a Rainha Elizabeth I, que ganharia o Emmy. O elenco tem a presença de Trevor Howard como o manipulador Burghley, Timotthy Dalton como o marido dissoluto de Mary, Henry Darnley, Ian Holm como o doente David Rizzio, Nigel Davenport como Bothwell e Patrick McGoohan como seu ambicioso meio irmão. Atenção deve ser dada aos detalhes das locais de filmagem e figurino e a trilha sonora soberba de John Barry.

Vanessa era para ter feito o papel de Elizabeth, mas foi substituída por Glenda e depois escolhida para fazer Mary Stuart. Redgrave mais tarde fez a Rainha Elizabeth no ótimo filme "Anônimo" de 2011, junto com Rhys Ifans.

Jane Fonda, Mia Farrow e Sophia Loren foram as primeiras escolhas para Mary. Vanessa foi a quarta escolha. Dame Maggie Smith chegou a ser cotada, mas não se concretizou.

Vanessa teve que aprender a canção título "Vivre et Mourir" foneticamente, porque ela não sabia falar Francês.

Nas cenas finais do filmes: Elizabeth reinou a Inglaterra por mais dezesseis anos. Ela morreu como viveu. Sem se casar e sem filhos. Ironicamente, o trono da Inglaterra e da Escócia passou para o único possível que poderia reivindicá-lo, um homem, Rei  James I, o filho único de Mary Stuart, a Rainha da Escócia.


Veja o filme no link abaixo e em breve aqui neste blog a minissérie "Elizabeth R", com Glenda Jackson.

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRX1n8DfynhU59JT?e=S2eWZf




 






sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Um Toque de Classe (A Touch of Class), de Melvin Frank (1973)

Com Glenda Jackson como Vickie Allessio e George Segal como Steve Blackburn.

Steve mexe com negócios de seguro, é casado e tem duas crianças. Vickie Allessio, um autodenominada 'ladra' de design para uma casa de moda, é uma divorciada recente com duas crianças também. Steve e Vickie se encontram em várias situações no dia a dia de suas vidas em Londres, antes de saberem quem é quem. Algo que se adequa bem a ambos, quando finalmente se encontram oficialmente. Steve quer ter um caso com ela. Ele tem tido casos, toda vez que sua esposa está fora e que é o caso, pois ela está nos Estados Unidos visitando os pais dela. Vickie, por sua vez, aceita ter um caso livre, sem amarras, com ele, sob circunstâncias específicas, isto é, desde que seja um pequeno e elegante caso de curto prazo, com um toque de classe. Ou seja, sem hotéis baratos e preferencialmente um fim de semana longe e em um lugar menos frio. Depois de conseguir uma viagem para Málaga na Espanha, Steve convence Vickie a mudar os planos....

Este é uma comédia charmosa daquelas que não são mais feitas hoje em dia, porque os valores, as ideias mudaram do que é e o que não é moral. O roteiro (em que o próprio diretor do filme assina como co-roteirista) tem ótimos diálogos e a vida emocional do filme é complexa. Para o mundo de hoje, da moralidade preta e branca, este filme não será entendido. Não é sobre libertinagem ou traição de marido e mulher. É sobre amor inesperado e sua complicações. O público de hoje não vai entender, mas para a geração para a qual esse filme foi feito, ele ainda toca o coração.

Havia rumores de que o Oscar Melhor Atriz iria para Marsha Mason por "Licença para amar até a meia-noite" ou Ellen Burstyn por "O Exorcista", pois eram as favoritas. Mas acabou indo para Glenda Jackson. Ela já havia feito uma minissérie muito premiada como Elizabeth I, em "Elizabeth R", de 1971. Talvez isso tenha aumentando suas chances. Glenda não estava na cerimônia do Oscar e o diretor Melvin Frank recebeu o prêmio por ela.

O filme preto e branco na TV, que Glenda e George estão assistindo e chorando, é "Desencanto", de David Lean (1945). Nesse filme, os personagens principais (ambos casados, mas não entre si) estão também tendo um caso. Esse filme de David Lean já foi publicado uma vez em um dos meus canais no YouTube.

Para ver Glenda Jackson e George Segal, clique no link logo abaixo:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRTpY2XVIp8n9izq?e=Ro4ZjI


quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Jejum de Amor (His Girl Friday), de Howard Hawks (1940)

Cary Grant e Rosalind Russell estrelam essa comédia de Howard Hawks, um remake de "The Front Page". Com roteiro de Charles Lederer e baseado na peça "The Front Page" (A Primeira Página).

Grant faz o papel do editor de jornal, Walter Johnson, e Rosalind é a jornalista Hildy Johnson, a ex-esposa de Walter. Ela está tentando se casar novamente, se mudar de cidade e sair do negócio de jornais, mas Walter não quer saber disso. Ele tenta convencê-la a ajudá-lo em um caso de pena de morte e, para isso, ele se certifica que o noivo dela (Ralph Bellamy) sofra uma série de acidentes - prisão por roubar um relógio, prisão por falsificação, etc. (Foto com os três abaixo:  Ralph Bellamy, Cary Grant e Rosalind Russell). Isso tudo acontece enquanto Hildy entrevista Earl Williams, o homem que vai ser enforcado no dia seguinte. O resto da trama é só assistindo.

Estima-se que a velocidade média de diálogo em cena na maioria dos filmes é de 90 palavras por minuto. Neste filme, foi cronometrado em 240 palavras por minuto. Você tem que prestar atenção nos diálogos, porque são rápidos, mas muito inteligentes.

O tempo de filmagem passou sete dias além do estimado. A demora se deveu à complexidade da filmagem e do diálogo super rápido, que foi cuidadosamente sincronizado com o dia a dia de um jornal e movimentos. A cena do restaurante demorou quatro dias para ser filmada. A programação original era de apenas 2 dias. Para capturar bem o som dos diálogos, o diretor Howard Hawks decidiu usar múltiplos microfones em vez daquele microfone pendurado por cima. O técnico de som teve que instalar até 35 dispositivos em certas cenas.

Rosalind Russell estava insegura durante os primeiros dias de filmagem, sabendo que ele não tinha sido a primeira das escolhas para o papel. E para piorar as coisas, o diretor assistia suas cenas com Cary Grant, sem fazer qualquer comentário. Ela expressou sua frustração com Grant, que a aconselhou. "Se ele não estiver gostando, ele vai te dizer." Quando ela perguntou a Hawks o que ele estava achando do trabalho dela, ele disse. "Continue a levá-lo para todos os lados, do modo que está fazendo." Isso foi suficiente para tranquilizá-la. Foto abaixo tem Rosalind com Cary e o diretor Howard Hawks.  

O título deste filme tem o título alternativo de Uma Secretária Muito Especial. Mas o original "His Girl Friday" é uma alusão ao Sexta-Feira do clássico Robinson Crusoé, de Daniel Defoe. Sexta-feira é um ou neste caso uma assistente que desempenha uma variedade de tarefas.

Na peça, em que o filme foi baseado, o papel de Hildy era feito por um homem. Quando o diretor Hawks planejou adaptar a peça para filme, ele ia escalar um homem. Enquanto estava vendo testes de atores, uma secretária iria ler as linhas do diálogo, que pertenciam a Hildy. Hawks gostou tanto das palavras vindo de uma mulher, que ele decidiu reescrever o script para uma mulher. Na versão de Billy Wilder de 1974, o papel de Hildy é feito por um homem, Jack Lemmon.

Jean Arthur era a primeira escolha para fazer Hildy. Entre outras atrizes que desistiram do papel foram Carole Lombard, Ginger Rogers, Claudette Colbert e Irene Dunne. Howard Hawks queria Carole Lombard para fazer o papel, mas como ela havia saído de um contrato do estúdio e ser freelance, ela seria cara demais.

A produção da Broadway de "The Front Page" (fonte para este filme) estreou no Teatro de Times Square em 14 de agosto de 1929 e teve 276 apresentações.

Segue link do filme abaixo com alta resolução e legendas:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agRMkCw_savpUocP5?e=w6nRgp


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

A Mulher Absoluta (Pat and Mike), de George Cukor (1952)


Spencer Tracy e Katharine foram mais que amigos. Havia aquela estória dele e esposa serem católicos e não poderem se divorciar. Tracy e Hepburn fizeram muitos filmes juntos e este filme é um bom exemplo da ótima química que existia entre ambos. 

O filme é dirigido pelo sempre competente George Cukor e Hepburn faz uma atleta que será gerenciada por um agente de esportes de uma pequena cidade, Mike Conovan, feito por Tracy. No papel de Pat Pemberton, Hepburn é uma mulher de espírito independente, corajosa e de personalidade. Mas para se tornar uma profissional, vai precisar da ajuda de um especialista em esportes como Tracy. 

Participações de Aldo Ray e Charles Bronson, aqui grafado como Charles Buchinski. Este foi seu segundo filme, logo depois de seu papel em "Meus Seis Criminosos", de 1952.

Também tem a estreia como ator de Chuck Connors, como o capitão da Polícia e participação de Jim Backus (A Ilha dos Birutas) como Charles Barry.

Katharine Hepburn já era uma ávida jogadora de golfe.

Este foi o sétimo filme de Tracy e Hepburn juntos. Dos nove filmes que fizeram juntos, Hepburn disse que este é o seu favorito.

Filme indicado a Globo de Ouro e BAFTA, como também indicado a Melhor Roteiro para o Oscar.

Uma pena que eu não consegui ter sucesso em publicar este filme no meu canal do YouTube.

Mas aqui vai no link:

https://1drv.ms/u/s!AsG-jsm3UF0agRKbhUZabWjQW_Vc?e=mPBOpG

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

As Oito Vítimas (Kind Hearts and Coronets), de Robert Hamer (1949)

Na prisão, à espera da sua execução na manhã seguinte, Louis, o 10º Duque de Chalfont (Dennis Price) resume os acontecimentos que o levaram a essa situação. Sua mãe havia sido banida da sua família, os D'Ascoynes, depois que ela se casou com o pai de Louis, que era considerado bem abaixo da classe da família. Depois da morte dela, os D'Ascoynes não permitiram que ela fosse enterrada na cripta da família. Louis, então, planeja sua vingança, e mata todos aqueles acima dele na sucessão, até que ele se torne Duque. Ao longo do caminho, ele se envolve com a casada Sibella, que, quando rejeitada, se certifica que ele acabe na prisão. No dia antes da sua execução, Sibella volta atrás com seu testemunho, salvando-o da forca, mas também o libertando. Uma vez fora da prisão, contudo, ele percebe que esqueceu de uma pequena coisa.

Com: Alec Guinness, Dennis Price, Valerie Hobson (Edith), Joan Greenwood (Sibella) e Hugh Griffith (Lord Steward)

Sir Alec Guinness quase se afogou na cena em que o Almirante afunda com seu navio. Guinness foi segurado por cabos, enquanto o set era inundado com água. Depois que a cena foi terminada, a equipe começou a ir embora, até que um técnico de repente percebeu que eles tinham esquecido de liberar Alec dos cabos que o seguravam. Ele imediatamente mergulhou na água com alguns cortadores de cabo e libertou Guinness. Felizmente para todos os envolvidos, Guinness ficou orgulhoso de sua habilidade de segurar a respiração por longo período de tempo.

Inicialmente ofereceram a Alec Guinness fazer quatro dos papeis. Foi ele quem insistiu em fazer os oito. O personagem do pároco era seu favorito. Dali a alguns anos, Guinness seria imortalizado no papel do Padre Brown.

A morte do papel de Agatha no filme causou uma certa preocupação a Alec Guinness. A cena, em questão, que era de um acidente em um balão, filmada nas proximidades dos Estúdios de Pinewood, fez ele perguntar aos produtores se ele tinha seguro de vida. Eles disseram que sim, cerca de 10 mil libras esterlinas, mas Guinness achava que não era suficiente. Ele então declarou que o balão não poderia ser elevado a mais que 15 pés, a menos que eles subissem o seguro para 50 mil libras. O estúdio Ealing Studios, reconhecido por ser pão duro, naturalmente recusou a solicitação de Guinness, informando que ele seria acompanhado por um conhecido balonista belga, oculto na cesta com ele. Guinness teimou em não fazer a cena e tiveram que colocar o balonista fazendo o papel de Guinness, usando o vestido e a peruca. Guinness riu por último, porque um forte vento levou o balão para fora do curso. O balonista belga foi encontrado a quase 60 km de distância, tendo que pular em um rio.

Além dos oito papeis feitos por Guinness, um quadro pode ser visto no castelo do Duque, mostrando um ancestral. Uma pintura para a qual Guinness posou.

A cena em que seis membros da família D'Ascoyne, todos feitos por Guinness, aparecem juntos, levou dois dias para ser  filmada.

Sir Alec Guinness (na imagem ao lado com Dennis Price à sua esquerda) levou muito a sério seus papeis, mas, às vezes, ele se perguntava quem era no momento da cena. Ele disse que tinha visões assustadoras de parecer que é um dos personagens e pensar e falar como um dos outros. Ele tinha apenas 34 anos quando fez esses oito personagens.

O diretor Rober Hamer e Alec Guiness se deram muito bem durante as filmagens e formaram uma amizade que duraria muitos anos. "Robert e eu falávamos a mesma língua e a gente ria das mesmas coisas", disse Guinness em suas memórias de 1985. 

Disseram que Alec Guinness rolou de dar risadas quando  leu o roteiro. Ele estava em férias na época e imediatamente enviou uma mensagem ao seu agente, confirmando que queria participar do filme.

Em 1999, foi ranqueado em 6º lugar dentro da lista dos 100 maiores filmes britânicos do século 20 do British Film Institute,

A música de abertura é baseada na aria "Il mio tesoro" da ópera Don Giovanni de Mozart. Ela aparece várias vezes. Por exemplo, a mãe de Louis toca no piano e seu pai canta perto do começo do filme. Esta era e ainda é uma das arias mais populares para a voz de um tenor.

Filme incluso da lista dos "1001 Filmes que você deve assistir antes de morrer", criada por Steven Schneider.

Vejam o filme aqui neste link:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agQ0FP-2Lq6BK1m6k?e=GPSEI8


domingo, 18 de outubro de 2020

Desejos Proibidos (The Earrings of Madame De...) , de Max Ophuls (1953)

Século 19, na França. Danielle Darrieux é a "Condessa Louise De..." que, no começo do filme, vende seus brincos em formato de coração (dados pelo seu marido, o General André, interpretado por Charles Boyer), porque ela tem algumas dívidas que ela precisa pagar. Ela confia na confidencialidade do joalheiro. Durante uma apresentação de "Orfeu e Eurídice", ela avisa André que ela não sabe onde deixou os brincos. Contudo, o joalheiro conta a André sobre a venda. André compra os brincos de volta e dá à sua amante, Lola. Quando esta precisa de dinheiro para jogar no cassino, ela os vende. E são comprados pelo Barão Donati (Vittorio De Sica), como um presente para sua namorada - a Condessa Louise!

Charles Boyer (na foto com Danielle) frequentemente discutia com Max Ophuls sobre as razões do seu personagem. 

Um dia, o diretor, cheio com as implicâncias de Boyer, disse, "Chega! As razões estão de acordo com o roteiro e ponto final!". 

Boyer, depois dessa, passar a interpretar o seu personagem de acordo com as cenas escritas.

Vittorio De Sica (com Danielle na foto ao lado) era um grande fã de Ophuls e queria ter pego o papel de Jean Gabin em "O Prazer", de 1952. Ophuls, na época, disse que não e que ele acharia um papel digno para ele em outro filme. O papel do barão foi escrito com ele em mente para este filme.

Jean-Pierre Melville frequentava muitas vezes as cenas de filmagem e havia rumores de que ele dirigira algumas cenas extras, durante a cena do baile.

Max Ophuls iria dirigir o filme apenas se Danielle Darriex fizesse o papel, que havia sido escrito com ela em mente. Danielle faleceu em 2017, aos 100 anos de idade.

Os brincos de diamantes mudam de mãos dezoito vezes durante o filme. Siga a trilha: Louise>Joalheiro>André>Sua amante>Um Cassino>Uma loja>Fabrizio Donati>Louise>André>Fabrizio>Joalheiro>André>Louise>André>Sobrinha de Louise>Marido da sobrinha>Joalheiro>Louise>Uma igreja.

O filme originalmente teria um final mais longo, onde se veriam os brincos sendo passados de uma jovem freira para uma jovem mulher, se casando com um general. Isto foi intencionado para criar um novo círculo para o filme, com a jovem mulher representando a próxima Madame de... Contudo, Max Ophuls achou que isso enfraqueceria o filme, quando ele foi terminado e pessoalmente cortou essa cena do final.

O filme teve uma recepção moderada na estreia, onde alguns críticos descreveram o filme como elegante, mas desnecessariamente detalhado e ostentoso. Com os passar dos anos, os críticos reavaliaram o filme e reconheceram como um dos trabalhos mais influentes do cinema internacional  e um dos melhores filmes de Max Ophuls.

Max Ophuls deu o nome de Louise para sua protagonista em homenagem à sua amiga e autora do livro, Louise de Vilmorin.

O famoso diretor Douglas Sirk, conhecido pelos seus melodramas de sucesso, uma vez disse que esse filme era perfeito. 

Era também um dos filmes prediletos de Stanley Kubrick.

Filme consta da lista de Steven Schneider: '1001 Filmes que você deve assistir antes de morrer.'

Veja o filme aqui em alta resolução e legendado:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agQ7_3e0Qz6bjGPQ6?e=43zUl7

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Quero Viver! I want to live!, de Robert Wise (1958)

Vi este filme quando ainda era adolescente e fiquei impressionado com a interpretação de Susan Hayward. Já havia visto Susan em "David e Betsabá", de 1951.  Não é á toa que ela ganhou o Oscar de Melhor Atriz por este filme de 1958. Na cerimônia do Oscar, esta premiação foi apresentada por Kim Novak e James Cagney. Cagney abriu o envelope e naquela época ainda diziam "O ganhador é..". Depois mudaram para o "O Oscar vai para..." Justamente para tirar aquela ideia de que os demais que disputavam, seriam considerados perdedores. "E a vencedora é Susan Hayward por "Quero Viver!". Houve grande aplauso para Susan. E ela estava competindo com atrizes como Elizabeth Taylor, Rosalind Russell, Deborah Kerr e Shirley Mac Laine, todas com grandes interpretações. Mas Susan realmente mereceu.

Filme baseado na vida de Barbara Graham (a verdadeira Barbara na foto ao lado), cujo julgamento por assassinato e sua controversa execução em 1955, tornou-se uma causa célebre.

A estória é sobre Barbara Graham, uma garota de festas, para usar um eufemismo, e que cometia alguns pequenos crimes, que foi culpada, juntamente com dois homens, em Março de 1953, de ter matado Mabel Monohan, um viúva rica e idosa, que vivia na Califórnia. O filme tem uma ótima fotografia em preto e branco, ótima edição, uma trilha jazzistica e cujo papel principal é de Susan Hayward, que faz uma mulher de cabeça independente, firme, desafiadora, vulnerável e uma boa mãe.

No começo e final do filme, o diretor Robert Wise (o mesmo diretor de "O dia em que a Terra parou", de 1951), é informado que a estória é baseada em fatos. Mas o roteiro nunca se aprofunda nos fatos do assassinato. Não sabemos nada sobre o vítima, seus relacionamentos, a cena do crime ou qualquer outros detalhes importantes relacionados ao caso. Em vez disso, o filme focaliza inteiramente em Graham e entra no caminho de retratá-la como inocente no assassinato de Monohan. Foto ao lado de Susan Hayward em seu julgamento.

O filme, em alguns aspectos é factual e em outros, ficcional. Na realidade, por exemplo, a polícia não capturou Graham e seus dois amigos em uma armazém à noite, como o filme retrata. Eles capturaram os três em um apartamento na hora do dia. O filme omite o vício dela em heroína, a representa com simpatia e como uma vítima do sistema de justiça.

Muitos acreditam que ela era culpada, mas depois de todos esses anos, a verdade sobre o assassinato ainda é nebulosa, obscura.

Curiosidades (IMDb):

O diretor Robert Wise estava determinado em capturar todos os terríveis elementos de uma execução para o clímax do filme. Ele visitou a Prisão de San Quentin e pediu permissão para ver a câmara de gás e testemunhar uma execução real.. Depois que ele viu e fez o diretor de arte fotografar tudo e pegar as medições para replicar no set, ele ainda não ficou com certeza de como ele iria estruturar o último ato. Ele voltou à prisão e fez um pedido final para um relato detalhado de todos os procedimentos da execução. É isso que está documentado no clímax do filme. Foram gastos duas semanas para filmar a sequência da execução.

O assassinato aconteceu em Março de 1953 e a execução em Junho de 1955.

A verdadeira Barbara Graham tinha 31 anos, quando foi executada. Susan era 10 anos mais velha que ela.

Elenco do filme: Susan Hayward, como Barbara Graham; Simon Oakland, como Ed; Theodore Bikel, como Carl; Virginia Vincent, como Peg; Dobbs Green como o guarda da câmara de gás; Raymond Bailey como o Diretor da Prisão; Stafford Repp, como um dos policiais (depois ele faria o famoso Chefe O'Hara da série Batman e Robin) e até Gavin MaLeod, também em uma ponta como policial. Gavin ficaria famoso pelo personagem Murray, de "Mary Tyler Moore".

Trilha de jazz de Johnny Mandel.

Este filme em alta resolução poderá ser visto aqui neste link:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agQype-FPmTO1icHp?e=Z6DDGg


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Loulou, de Maurice Pialat (1980)

O enredo deste filme francês é de uma esposa insatisfeita com seu casamento, que larga o marido por um pequeno rufião.

Embora 'Loulou' seja um filme sobre a gradual desintegração de um casamento, ninguém é crucificado por isso.

Podemos ficar surpresos em saber que dois homens, que tem diferenças sobre a afeição que possuem por uma mulher, acabam se tornando bons amigos.

O filme apresenta uma mulher determinada, que está ciente de suas prioridades na vida. 

Foi por esse desempenho da mulher de temperamento forte como Nelly, deu a Isabelle Huppert (na foto abaixo com Depardieu) sua indicação ao César (o Oscar francês) como melhor atriz em 1981. 

O ator Guy Marchand também foi indicado como melhor ator coadjuvante pela interpretação do marido de Nelly. 

O diretor francês, Maurice Pialat tem controle absoluto pela criação dos personagens fortes deste filme. Esta é a razão pela qual seus protagonistas tem a habilidade de suportar qualquer adversidade com uma calma estóica. 

Este filme é considerado a obra-prima de Pialat, em sua pequena, mas produtiva filmografia. (Crítica de IMDb).

Direção de: Maurice Pialat

Com: Isabelle Huppert (Nelly), Gérard Depardieu (Loulou), Guy Marchand (André)

O filme legendado pode ser encontrado aqui neste link:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0agQtewnQr6C8tzIYI?e=hJmuBO


quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Como Fera Encurralada (Classe tous risques), de Claude Sautet (1960)

Filme feito em 1960, no auge do New Wave francês, "Classe Tous Risques", que veio o Brasil com título pouco criativo de "Como Fera Encurralada", poderia ser melhor traduzido como "Cada Classe tem seu Risco". 

Sandra Milo e Jean-Paul Belmondo ainda estão vivos.

É um clássico de gangsters, dirigido por Claude Sautet, adaptado de um tema escrito por Jose Giovanni (não, ele não é brasileiro ou português e sim francês mesmo).

Como muitos outros cineastas que começaram a carreira durante esse período do cinema francês, Sautet e Giovanni, mesmo que eles não pertençam a essa corrente, se tornaram conhecidos como diretores e roteiristas de muitos filmes deste gênero, um gênero que, em alguns anos, iria atrair a atenção de alguns dos cineastas da New Wave, como Melville e Chabrol. 

O filme junta dois atores (Ventura e Belmondo na imagem abaixo), que se especializaram nos papeis de durões em filmes franceses. Lino Ventura já era, bastante conhecido na época, enquanto que Belmondo estava construindo sua carreira velozmente. No ano de 1960, seu nome apareceu nos créditos de nada menos que oito filmes. 

A presença de Ventura e Belmondo, que na tela como na realidade fizeram os papéis de mestre e discípulo, é algo que faz valer a pena assistir esse clássico depois de 60 anos da sua estreia.

O enredo deste filme é sobre o gangster Abel Davos (Lino Ventura), sentenciado à morte e é perseguido por toda a polícia da Europa, cuja esposa é morta quando eles tentam retornar à França. Ele é traído por seus velhos amigos, mas é ajudado por Eric Stark (Belmondo) um jovem gangster iniciante, para quem Davos é uma espécie de modelo moral, principalmente pelo seu respeito aos códigos morais da Máfia. A conexão entre os dois (amizade, mestre-discípulo) é o eixo do filme.

Lino Ventura, nascido em Parma, na Itália, atua maravilhosamente em um tipo de papel em que ele se especializou nesses anos. O cara durão que é sempre perseguido por todos que carregam uma arma e cujas chances de sobrevivência são mínimas. De igual desempenho está Belmondo, que dá um toque positivo ao seu personagem, com a ajuda de Sandra Milo, como a jovem atriz com quem Eric começa um relacionamento, que pode ser sua chance de não repetir o destino de Abel.

Link para o filme legendado em alta resolução:

https://1drv.ms/u/s!AsG-jsm3UF0agQXSEX7ygez1uADp?e=KTeQyt

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

O Fino da Vigarice (After the Fox), de Vittoria De Sica (1966)

Peter Sellers é Aldo Vanucci (mais conhecido como o Raposa), um dos maiores criminosos do mundo e mestre em disfarces. Depois que Aldo escapa da prisão, ele se encontra com seus amigos e planeja recuperar o Ouro do Cairo, um grande embarque de barras de ouro que aguarda em um navio para desembarcar na pequena cidade de Sevalia na Itália. Aldo cria um plano em que finge ser um famoso diretor e convence toda a população da cidade para trabalhar no seu filme e ajudar a carregar o ouro do navio. Victor Mature faz um ator já veterano e não querendo mostrar a idade. Seu agente é Martin Balsam que tenta trazê-lo à realidade. Britt Ekland era uma atriz sueca que estava casada com Peter Sellers na época do filme. Lando Buzzanca faz o xerife da cidade. Akim Tamiroff é o ladrão das barras que pede auxílio ao Raposa. Maria Grazia Buccella faz a secretária de Tamiroff e por quem Vanucci se apaixona.

Filme dirigido por Vittorio De Sica, que faz uma ponta no filme.

Roteiro e peça de Neil Simon.

Trilha sonora marcante de Burt Bacharah.

No cena em que os irmãos Gina (Britt) e Vanucci estão brigando em casa, aparece um poster do filme La Pantera Rosa (A Pantera Cor-de-Rosa) e mostra que Peter Sellers é um dos atores.

Lydia Brazzi, que faz o papel da mãe de Peter Sellers, foi escolhida, quando Vittoria De Sica a viu em um restaurante com Rossano Brazzi. Ele implorou a ela para fazer a matrona, não percebendo que ela era, na verdade, a esposa de Brazzi. Ela iria aparecer em apenas três outros filmes.

No começo do filme, no carro que contém as barras de ouro, o passageiro está lendo a edição de 1965 da revista Playboy.

Quando Harry Granoff (Martin Balsam) está tentando fazer um telefonema para Roma, quando ele está bêbado, ele tem problemas de comunicação com a telefonista. Ele finalmente diz à operadora, “Não, não Roma, Rome!”. Seis anos depois, o diretor Federico Fellini (que é parodiado por Peter Sellers neste filme) fez um filme chamado “Roma de Fellini” (1972).

Peter Sellers parece muito à vontade e muito feliz com sua carreira, que estava muito bem na década de 60. Ele na foto ao lado com Maria Grazia.

Dos atores desse filme de 1966, 54 anos depois, ainda estão vivos: Lando Buzzanca, Maria Grazia Buccella e Britt Ekland.

Veja o filme pelo link:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0af0-di4_1PDY4AF8?e=LC09R8


domingo, 20 de setembro de 2020

Aventuras do Padre Brown (Father Brown), com Alec Guiness (1954)

Dirigido por Robert Hamer

Com Alec Guiness (Padre Brown), Peter Finch (Gustave Flambeau), Joan Greenwood (Lady Warren), Bernard Lee (Inspetor Valentine) e Cecil Parker (Bispo).

O detetive amador Padre Ignatius Brown desafia seu Bispo e decide transportar a um Congresso Eucarístico em Roma uma relíquia sagrada da sua igreja, uma cruz que uma vez pertenceu a Santo Agostinho, em vez de permitir planos mais elaborados. Há um temor que Gustave Flambeau, um ladrão profissional de objetos de arte possa estar querendo roubar a cruz.

Na viagem de trem, ele suspeita de um companheiro de viagem, um tal de Sr. Dobson, que Brown rapidamente percebe que ele não é um vendedor de carros que ele diz ser. Ele fica amigo de um outro padre, a quem ele confia.

Depois que Flambeau consegue fugir, roubando a cruz, Brown se recusa a trabalhar com a polícia, insistindo que ele quer salvar a alma do ladrão e não o colocar na prisão. Com a ajuda de sua amiga Lady Warren, Padre Brown cria uma armadilha para Flambeau, mas Brown percebe que seu trabalho está apenas começando.

A grande interpretação de Brown por Alec Guiness, com o um jeito meio desligado, inclinado a acidentes, mas afável com todos pode ter sido inspiração para vários papéis de Peter Sellers, inclusive o seu mais famoso, Inspetor Clouseau.

Sir Alec Guiness foi encontrado vestido de padre enquanto caminhava para casa pelo interior da França. Um garoto correu até ele, gritando “Mon père! Mon père” (Meu Padre, Meu Padre). Guiness não falava francês, então ele não poderia corrigir o garoto pelo engano, mas ficou tocado que o garoto o tenha ligado imediatamente à ideia de que ele era um padre. Logo depois que o filme estreou, Guiness se converteu ao Catolicismo.

O Santo Agostinho, referenciado no filme, não é o famoso Santo Agostinho, um bispo e teólogo que viveu no século 4,5 depois de Cristo na província romana da Numídia, na África. O filme se refere ao Santo Agostinho de Canterbury, conhecido como o Apóstolo dos Ingleses. Ele era um abade em Roma e foi comissionado pelo Papa Gregório em 596 A.D. para liderar uma missão para a Inglaterra com seus monges para batizar as tribo anglo-saxões, onde a Igreja tinha perdido espaço muitos anos antes, depois da retirada das legiões romanas da Bretanha. Na primeira tentativa, não conseguiram ultrapassar o canal e Santo Agostinho voltou para Roma. Na segunda tentativa, ele e seus monges finalmente chegaram à Inglaterra em 597 A.D. Santo Agostinho estabeleceu sua missão em Canterbury, Kent, e se tornou o primeiro bispo e o chefe da igreja local.

O filme é baseado em partes no conto “The Blue Cross” do escritor G.K. Chesterton (1874-1936), publicado em 1910.

A parábola sobre a mulher a cebola, que Padre Brown relata a Flambeau é da obra “Os Irmãos Karamazov” de Fiodor Dostoievsky.

Este filme foi postado aqui em agosto de 2012, com a tradução das legendas por mim. Agora estou postando novamente em um novo link para assistir ou download:

https://1drv.ms/v/s!AsG-jsm3UF0aegGo5srVRCOVots?e=o1NC2J



sábado, 19 de setembro de 2020

A Tenda Vermelha (The Red Tent), de Mikhail Kalatozov (1969)

General Umberto Nobile, o comandante de uma fracassada expedição de um dirigível ao Ártico em 1928 relembra os acontecimentos com seu dirigível Itália. O vôo, o desastre e os esforços de busca. Os fantasmas das pessoas envolvidas aparecem como se fosse reais para Nobile em suas lembranças para ajudá-lo a determinar sua culpa no caso. As lembranças são misturadas com a ação real: o vôo do Itália, a operação de resgate do campo aeronáutico de Kings Bay e pelo navio quebra-gelo Krassin. 

Dirigido por Mikhail Kalatozov.

A Tenda Vermelha foi o último filme de Kalatozov. Iria falecer em 1973.

Elenco: Peter Finch (como Umberto Nobile), Sean Connery (como Roald Amundsen), Claudia Cardinale  (como Valéria), Hardy Kruger (Einar Lundborg) e Eduard Martsevich (como Malmgren).

Trilha sonora de Ennio Morricone


A tenda vemelha, título do filme, é por causa da tenda que usaram para os sobreviventes chamarem atenção e aguardarem o resgate.

Perguntado para dar sua avaliação da liderança de Umberto Nobile no desastre do dirigível Itália, seu amigo e colega, Samoilovich, proferiu esta sábia frase, "Os homens são julgados pelas suas ações e suas ações pelo seu sucesso". Quais são exatamente as qualidades necessárias para a liderança? Este filme é uma boa reflexão para esta pergunta. Após o desastre e seu resgate, Nobile foi acusado de abandonar seus homens e acabou se tornando o bode expiatório ou o único culpado pelo governo de Benito Mussolini.

Quarenta anos depois do acontecido, seu descanso ainda é perturbado por dúvidas em sua liderança exercida. A tragédia poderia ter sido evitada? Foi talvez seu excesso de vaidade, que levou à calamidade? Essas e outras questões são levantadas pelo filme.

O filme inteiro, na verdade, acontece na cabeça do general e em seu apartamento. Ele convoca vários participantes do evento, para reviver o que aconteceu e fazerem julgamento dele. O filme é muito interessante nesse aspecto, pois examina a liderança de Nobile sob pontos de vista divergentes, permitindo que o público faça seu próprio julgamento.

Em tempo, chegaremos a aprender que a verdade muitas vezes tem duas pernas e tem um mão direita e uma mão esquerda. "Contudo devemos fazer um julgamento", diz um dos participantes. 

O roteiro é muito bem escrito e as atuações são de alto nível. Sean Connery, já livre da sua imagem de James bond, interpreta Roald Amundsen, o grande explorador do Ártico. É Amundsen que exemplifica as qualidades que um grande líder deve ter. Uma das melhores interpretações de Connery. É um dos participantes que Nobile não gosta de relembrar. Mas  irrompendo nas suas lembranças como uma força da natureza, ele descreve como ele chegou até o desastre do Itália de avião.

O cínico Lundborg zomba desse toque final de Amundsen como 'teatro'. "Mas para que eu eu estaria atuando" Amundsen pergunta. "Para você mesmo", Lundborg responde. "Mas isso não é atuar," Connery responde. Isso era necessário. O truque era escolher o papel certo."

A belíssima Claudia Cardinale é uma enfermeira que oferece uma parte emocional do filme. Ela namora o meteorologista, Finn Malgren. Ela depois confronta Nobile depois que ele é resgatado com segurança, enquanto que os outros foram deixados congelando.

Peter Finch, como Nobile, carrega o filme. Ele consegue passar a inteligência, a coragem, a vaidade e desespero de sua conduta. Ele é um homem que, ao mesmo tempo, admira Amundsen e ressente sempre ser comparado com ele. Hardy Kruger interpreta o aviador Lundborg com um toque de charme e muito cinismo. Ele é o primeiro a chegar aos sobreviventes.

Sir Sean Connery passou três semanas filmando em Moscou, Peter Finch passou nove meses na produção.

O filme foi o primeiro a ser uma co-produção da União Soviética e Itália.

As filmagens duraram 62 semanas. Incluía locações em Estônia, Mar Báltico, e o Arquipélago de Spitzbergen no Oceano Ártico, além dos trabalhos de estúdio em Roma e Moscou.

Foto com o Peter Finch e o general Umberto Nobile.


O filme, baseado em fatos verídicos, narra o desastre envolvendo o famoso aviador Umberto Nobile (1885-1978). Nobile foi considerado culpado por uma série de más decisões, que levou ao desastre do dirigível. Na época do acidente, ele estava tendo problemas para dormir, que pode ter dificultado suas funções cognitivas. Ele estava sem dormir por pelo menos 72 horas antes do momento do acidente.

O desastre ocorreu em Maio de 1928 e causou a morte de 17 pessoas, incluindo alguns que participaram do resgate.

Na época da estreia do filme, em 1969, pelo menos quatro participantes diretos nos acontecimentos estavam vivos: Umberto Nobile, o navegador A. Villieri, o piloto soviético B.G. Chukhnovsky e  o professor F. Begounek. Nobile foi à estreia do filme em Roma em Dezembro de 1969.

Para as filmagens, foi usado um modelo de 20 metros, enchido com hélio e preso ao chão e da água por cabos. O modelo sofreu acidente várias vezes, batendo em vários objetos por causa da ventania.

A versão soviética tem trilha sonora de Aleksandr Zatsepin, enquanto que a versão italiana, tem a trilha de Morricone.

Em 1972, o filme foi indicado para o Globo de Ouro como Melhor Filme Estrangeiro em inglês.

Há muitos textos na Internet, principalmente em inglês, sobre esse desastre. 

Um deles, mas em português, é este que encontrei: http://herdeirodeaecio.blogspot.com/2018/05/o-desastre-do-dirigivel-italia.html


Veja o filme legendado no link abaixo:

https://1drv.ms/u/s!AsG-jsm3UF0ae4jIKi8LcegCBkc?e=lRrBeH


Halima's Path - Halimin put - (2012)

After the end of the war in Bosnia, Halima, a good-natured peasant woman from a remote Muslim village in Western Bosnia, searches for the re...