sábado, 18 de agosto de 2018

Glenn Close e Jonathan Pryce revisam segredos e mentiras em ‘The Wife’

Glenn Close e Jonathan Pryce fazem um casal tão convincente na tela, que é difícil de acreditar que seja a primeira vez que trabalham juntos no filme do diretor Björn Runge, “The Wife", que está prestes a estrear.

Ambos começaram em Hollywood por volta da mesma época; Close com seu filme de estreia em 1982 ("O Mundo Segundo Garp") e Pryce com "No Templo das Tentações", de 1983. Ambos tiveram sucesso também no teatro, ganhando prêmios Tony - três para Close e dois para Pryce.

O filme "The Wife" é baseado em livro de Meg Wolitzer e é um retrato íntimo e intenso de um longo casamento em todos os seus segredos e comprometimentos. O par retrata Joan e Joe Castleman (em flashbacks, eles são interpretados por Annie Starke, filha real de Close, e Harry Lloyd), que são forçados a confrontarem algumas duras verdades, após Joe ter sido premiado com o Prêmio Nobel pelo seu último romance.

O par foi entrevistado (pela Variety) recentemente, após a exibição do filme, antes da viagem de Close para Nova York para seus ensaios de "Mother of The Maid", escrito pela roteirista de "The Wife", Jane Anderson.

O que atraíram vocês para a estória de "The Wife"?

Pryce: Glenn, (risos). Eu li o roteiro e gostei bastante. Eu achei que seria uma boa estória. Não seria fácil contar essa estória e manter a credibilidade com essa relação entre os dois e guardar segredos por tanto tempo como eles fizeram. É uma relação longa e com todos os altos e baixos, a raiva, a tristeza e a alegria.

Close: Eu achei tão interessante e topei desde o início. Como todos os filmes independentes, é um filme que quase não chegou a ser feito. Levou algum tempo, mas quando Björn assumiu, as coisas começaram a se encaixar.

Vocês se encontraram com outros diretores?

Close: Eu não. Björn veio falara comigo, tivemos um ótimo café da manhã e foi um processo muito legal. Estava trabalhando pelo instinto, porque eu não era familiar com o trabalho dele. Eu adorei, quando soube que ele era também um diretor de teatro e um roteirista. Meu instinto dizia: vai ser muito bom trabalhar com ele.

Vocês dois tem uma grande química na tela, parece mesmo que possuem um casamento longo, como no filme. Vocês se conheciam antes de trabalharem juntos?

Pryce: O que é ótimo em ser ator é que você conhece pessoas e forma uma amizade muito rapidamente. Obviamente que eu conhecia o trabalho de Glenn há anos, nós nos encontramos algumas vezes - Eu vi as duas versões de "Sunset Boulevard"! Você deseja trabalhar com pessoas que estão acima de você. Quando você está nesse meio por tanto tempo como estamos, você acaba tendo uma confiança mútua. Gostamos da companhia de um e do outro e damos muitas risadas juntos. Nós compartilhamos um local de maquiagem, onde ficamos 'brigando' qual música de fundo queríamos ouvir. Nós nos divertimos.

Close: Eu tenho algo a dizer do meu parceiro nesse filme. Nem todo ator fica confortável em um filme chamado "The Wife". Especialmente alguém com a estatura profissional de Jonathan Pryce. O fato é que fez um trabalho tão extraordinário que torna o par da estória ser tão complexo. Não seria o mesmo filme sem o Jonathan. 

Pryce: Bem, eles não quiseram me ouvir e mudar o título para "The Husband", (risos)

O filme tem atores fazendo as versões jovens dos personagens. Glenn, a Annie já conhece você há muito tempo, por ser sua filha, mas ela deixou você construir a sua versão mais nova do personagem?

Close: Na verdade, Annie desenvolveu o personagem por si própria em muitas maneiras, que eu me sinto confortável como ela fez.

Pryce: E o Harry fez um grade trabalho como uma versão mais jovem e mais bonita do que eu. Mas eu tive realmente cabelos pretos uma vez! E ele me disse que assistiu muitos filmes meus. Ele observava como eu andava e prestava atenção à minha dicção.

Vocês dois tem forte base do teatro, tanto quanto esse elenco e o diretor tem. Vocês acham que isso tem a ver com a maneira em que trabalharam juntos?

Close: Eu sempre penso que é muito benéfico ter começado no teatro, pois ele te ensina auto-confiança e você aprende verdadeiramente o seu ofício. Eu acho que vir do teatro te dá uma enorme base de apoio.

Pryce: Nós fizemos uma semana de ensaio na mesa com o script na mão, que é muito importante. Mesmo durante a filmagem, nós nos reunimos e olhávamos para as cenas que saíam e conversávamos sobre elas. Assim, não perdemos tempo no set de filmagem perguntando: o que isso quer dizer, o que vocês acha que estamos fazendo aqui, esse tipos de perguntas e dúvidas.

Qual foi a parte mais difícil, mais desafiadora no filme?

Pryce: Foi fácil para mim fazer alguém com um ego enorme. É realmente divertido ter a liberdade de ser essa pessoa. Em termos de atuação, você tem um onde, um lugar aonde ir, mas também algum lugar de onde voltar, onde você começa a mostrar os momentos dele de vulnerabilidade. Eu honestamente não penso nisso em termos de dificuldades. São desafios, mas são desafios criativos que você deseja realizar. Foi o que me atraiu para o roteiro. De alguma maneira, é como um roteiro, um script para uma peça teatral. De certo modo, me faz lembrar de "Quem tem medo de Virginia Woolf", e foi um privilégio chegar a explorar isso.

Close: De fato, dois dos meus momentos favoritos foram as cenas de briga. Você pode brigar por alguma coisa tão intensamente e depois cai a ficha da vida real que te faz recuar nessas relações.


 Fonte: Variety

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