sexta-feira, 14 de abril de 2017

"The Promise", um drama sobre o genocídio armênio com Christian Bale

O filme independente, que custou US$ 10 milhões, estrelando Christian Bale e Oscar Isaac, foi financiado pelo falecido bilionário Kirk Kerkorian.

"The Promise" vai ser lançado em 21 de Abril com uma grande campanha promocional, que inclui até uma apresentação no Vaticano. E os produtores do filme insistem em dizer que não irão ficar com qualquer lucro do filme.
Christian Bale e Charlotte Le Bon

O filme, dirigido por Terry George, tem um grande elenco, contando com Oscar Isaac, como um médico estudante armênio. Christian Bale como um jornalista americano e Charlotte Le Bon, como uma armênia por quem os dois personagens se apaixonam. O pano de fundo é sobre o genocídio armênio na Turquia ao princípio da 1ª Guerra Mundial.

Não haveria o filme se não fosse por um homem: Kirk Kerkorian, o bilionário e ex-dono da MGM, falecido em 2015, um mês antes da produção do filme ter começado. Ele decidiu financiar todo o projeto, o primeiro filme americano a descrever o genocídio armênio, porque era uma paixão pessoal de muito tempo para ele. Seus pais deixaram o império otomano no início do genocídio, durante o qual estimam-se que morreram 1.5 milhões de armênios.

"A verdade é muito pior do que mostramos na tela, mas ele não queria que fosse uma pregação de uma lição de História ou um banho de sangue," disse Eric Esrailian, um dos produtores de "The Promise", que trabalhou junto com Kerkorian e administra sua empresa de produções, a Survival Pictures. "Ele queria uma estória de amor, um épico no mesmo estilo de filmes que ele lembrava serem os grandes filmes da sua época - "Lawrence da Arábia", "Doutor Jivago" e "Casablanca."

Oscar Issac no centro
Kerkorian também queria grandes atores, diz Esrailian. E assim, George, que também dirigiu um outro filme sobre um genocídio, "Hotel Runda", foi encarregado de reescrever o roteiro de Robin Swicord, adicionando o personagem de Bale, não apenas para criar um triângulo amoroso, mas também para colocar vários elementos-chave com que ele chama de "épico histórico à moda antiga". Embora a única atriz ou ator com descendência armênia seja Angela Sarafyan (Westworld), George disse que a produção empregou uma equipe diversificada.

"Há muito elementos: a estória de amor, o conflito entre essas pessoas e os personagens políticos e o foco do genocídio. Assim foi como montar um grande quebra-cabeça," afirma George, que nunca se encontrou com Kerkorian, porque este estava doente, enquanto o projeto evoluia. A filmagem levou 72 dias em 20 localidades, dentre elas, Espanha, Malta, Portugal e Nova York.

Enquanto o filme estreava no Festival de Filmes de Toronto, recebendo críticas diversas, o grande desafio em encontrar um distribuidor era o fato de que o genocídio permanece ainda um assunto controverso. Turquia e Azerbaijão não aceitaram o filme e houve ameaças a países que aceitaram. Esrailian disse que "tornou-se claro que o governo da Turquia iria ter um influência sobre esse filme. Uma das mais insidiosas realidades de nossa existência nos EUA é de que os governos estrangeiros podem controlar a arte. Eu diria que nos níveis mais altos de diferentes estúdios, não importando a qualidade do filme, nunca seria distribuído por certas empresas. Eu acho isso vergonhoso, mas é apenas a realidade com que temos que lidar."

Antes da estreia nos EUA, o filme foi passado internacionalmente para grupos de comunidade armênia, grega e assíria. "Esses foram as três comunidades que foram reprimidas durante a época e estavam esperando por esse filme há quase 100 anos," disse George.

"Os armênios foram mortos pelo seu próprio governo, não pelo inimigo, e eles foram mortos desse modo sistemático, que se tornou a definição oficial da palavra 'genocídio'," disse George. "Mas essa estória conta que um homem e uma mulher, por menor que sejam como referência, podem confrontar e superar o mal, sobreviver e dar uma vida melhor para outros. Eu quero que isso seja usado como uma peça de educação assim como uma peça de entretenimento. Deveria ser usado nas escolas."

O filme foi apresentado no Vaticano recentemente. A advogada dos direitos humanos, Amal Clooney, e seu marido, George Clooney - cujo grupo sem fins lucrativos, A Sentinela, irá receber uma doação da bilheteria do filme - foram à première em Londres. Os esforços promocionais do filme também incluíram uma campanha social de celebridades, chamada #KeepThePromise, que recrutou Barbra Streisand, Cher, Sylvester Stallone e Andre Agassi para enviar tweets sobre o filme.

O principal objetivo da Survival Pictures não é recuperar o dinheiro gasto no filme, conforme os produtores dizem, mas assegurar que todos a renda dos cinemas sigam para instituições sem fins lucrativos, como a Fundação da AIDS de Elton John e outros grupos humanitários e de direitos humanos. Kerkorian deu o exemplo ao ser um generoso filantropista, que doou mais de US$ 1 bilhão para caridade, segundo Esrailian. O elenco foi informado desse plano antes de assinarem contrato.

Essa iniciativa tem colocado pressão para o sucesso do filme, diz George: "O dinheiro vai para algo bom, não para o total das receitas de vendas de alguma grande corporação ou que seja."

"Nós não somos contra o lucro - da maneira que eu olho para isso, é que quanto mais dinheiro recuperarmos, mais poderemos ajudar outras pessoas e mais expor o filme para o mundo, assim nós logicamente queremos que ele seja um sucesso do ponto de vista financeiro," diz Esrailian, que cita a visão inicial de  Kerkorian. "Muitas vezes conversamos sobre o filme - obviamente o processo de desenvolver um filme como esse demora bastante tempo, e cada mês que se passava, eu dizia a ele, "Você tem certeza que quer fazer o filme mesmo? Porque nós poderíamos simplesmente doar o dinheiro para a caridade - é sempre o que ele tem feito." E ele disse, 'Não. Podemos fazer o filme e doar para a caridade. Queremos fazer o dois.'"

Veja o trailer legendado abaixo.




Fonte: THR.

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